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Intervenção do presidente do Governo na Fajã do Ouvidor

Texto integral da intervenção do presidente do Governo dos Açores, Carlos César, esta manhã, na cerimónia de lançamento da 1.ª Pedra da empreitada de requalificação e ampliação do Porto da Fajã do Ouvidor, freguesia de Norte Grande, na ilha de São Jorge: “Faço uma curta intervenção para dizer que é com muita satisfação que assinalamos, nesta visita oficial de todo o Governo a S. Jorge, hoje, aqui, na Fajã do Ouvidor, o início de mais uma empreitada na ilha, neste caso de melhoramento do porto de pescas desta localidade. A obra que agora lançamos, representa um investimento de cerca de 1,2 milhões de euros, constituindo mais uma aposta do Governo numa política referenciada na nossa economia como região marítima, acentuando, nesta vertente, a melhoria das acessibilidades ligadas ao sector das pescas. A requalificação deste porto, da freguesia do Norte Grande, permitirá proporcionar uma porta de entrada para as embarcações de pesca local, de recreio e das actividades marítimo-turisticas, na zona norte da ilha de São Jorge, potenciando o desenvolvimento desta zona costeira. Com esta infra-estrutura estamos, também, a aproximar São Jorge à Graciosa, dado que, será possível aproveitar este espaço para servir de apoio, naquelas actividades às pessoas e empresas das duas ilhas. Esta empreitada prevê a recuperação da estrutura do actual cais, o alargamento do terrapleno, a construção de muro cortina, o aumento dos fundos, a construção de 19 metros de frente de cais, proporcionando cerca de 40 metros de espaço para acostagem, e a instalação de uma grua com capacidade mínima de sete toneladas. A nossa agenda política para o mar tem por base o desenvolvimento de uma economia marítima alicerçada, entre outros aspectos, numa rede portuária mais eficiente, vocacionada e preparada para as pescas. Esta obra da Fajã do Ouvidor não é nem a primeira nem a última necessária em S. Jorge, sendo certo que os portos comerciais carecem, sobretudo no caso da Velas, de uma maior capacitação infraestrutural para apoiar os pescadores jorgenses, o que faremos, com certeza, no futuro. Foi por, verdadeiramente, termos assumido, nesta última década, a importância do sector marítimo no contexto económico e social da nossa Região, que implementámos, a todos os níveis, uma grande reforma deste sector. No âmbito da reestruturação da rede regional de portos comerciais, de pesca e de recreio definimos um programa estratégico que nos permite afirmar, hoje em dia, que melhorámos decisivamente a qualidade e as condições de operação, de trabalho e de segurança de todo o sector marítimo-portuário. Embora tenhamos a noção de que já fizemos muito nesta área, estamos decididos a continuar a reforçar o investimento no desenvolvimento das nossas zonas portuárias, construindo e modernizando cais, rampas de varagem, casas de aprestos e outras infra-estruturas, bem como instalando todos os equipamentos necessários de apoio. Nesta ilha de S. Jorge, ouvindo os pescadores e, designadamente a sua Associação representativa, vamos continuar a fazer, através da Subsecretaria Regional das Pescas, um trabalho minucioso – na verdade, queremos, tal como os pescadores de S. Jorge o querem, que se acompanhe nesta ilha a capacidade, o rejuvenescimento e a modernização que ilhas como, por exemplo, a Graciosa ou as Flores, apresentam. Mas a economia pesqueira não se limita apenas à infra-estruturação portuária. Estamos, por isso, empenhados na melhoria da competitividade dos agentes desta fileira relacionados com a captura, transformação e comercialização dos produtos da pesca. Nesse âmbito, a nossa indústria conserveira, que também está bem presente e bem implantada nesta ilha, para além de desempenhar um papel fundamental no escoamento da produção da nossa frota pesqueira regional, tem tido o mérito de aproveitar os incentivos postos à sua disposição pelo Governo Regional, inovando e criando novos produtos de qualidade, como é o caso da linha “Bonito dos Açores”, que, dentro de alguns minutos, será apresentada na Fábrica de Santa Catarina. A modernização do sector conserveiro regional continua a ser uma das prioridades do Governo dos Açores, sendo que a internacionalização e a capacidade de gerar valor acrescentado, com o atum capturado na Região, constituem elementos determinantes na estratégia concorrencial e de crescimento nesta área. Esse desiderato, porém, só será possível através de uma forte e concomitante aposta na evolução da apresentação dos nossos produtos conserveiros. No que respeita ao sector da captura, estamos a trabalhar junto da União Europeia para continuarmos, nos próximos anos, a modernizar a nossa frota e a construir novas embarcações. Evidentemente, fá-lo-emos num quadro de sustentabilidade, com base num plano de substituição daquelas que ainda não têm as condições adequadas, para que o trabalho no mar seja exercido cada vez mais com maior segurança, melhores equipamentos e maior aproveitamento económico. Por isso, reitero aqui a nossa forte determinação em continuar a trabalhar para o desenvolvimento e a modernização deste sector, que é de primordial importância para a nossa Região. Estou convicto que esta obra, cuja primeira pedra vamos agora lançar, contribuirá para colocar esta freguesia na rota deste tempo novo de desenvolvimento e de ligação ao mar. Parabéns por isso a todos os jorgenses e em especial à população da Fajã do Ouvidor. Obrigado.” GaCS/JSF
3 de may, 2007 por Lotaçor