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Governo Regional admite privatizar Lotaçor

O subsecretário regional das Pescas, Marcelo Pamplona anunciou, hoje, o interesse do Governo Regional na privatização da Lotaçor, abrindo esta empresa aos parceiros do sector, designadamente, organizações de produtores, associações de comerciantes e de empresas de transformação, de forma a que o valor acrescido do circuito de comercialização possa ficar em capitais açorianos. Presidindo ao encerramento da Conferência Internacional subordinada ao tema “Comercialização do Pescado fresco na Europa – Presente e Futuro”, integrada nos trabalhos da reunião da Associação Europeia de Lotas e Portos, organizada pela Lotaçor, SA, com o apoio do Governo dos Açores, Marcelo Pamplona insistiu, uma vez mais, que a solução actual das 100 milhas da Zona Económica Exclusiva (ZEE) dos Açores não é suficiente para acautelar o objectivo de uma gestão de recursos precaucionária e sustentável. Defendeu, por isso, o regresso ao espaço da ZEE de 200 milhas, sublinhando que existe actualmente a consciência da esgotabilidade dos recursos haliêuticos e da correspondente necessidade de gerir e controlar o sector da captura de pescado para que as gerações vindouras possam usufruir desta importante fonte de riqueza. A esse propósito, advertiu para o facto da ZEE apresentar uma escassa abundância com grande fragilidade biológica, nomeadamente nas espécies piscícolas residentes que constituem, conforme disse, recursos naturais, biológicos e renováveis que devem ser considerados parte do património regional. Para Marcelo Pamplona, trata-se de um bem que deve ser gerido de forma cuidada e cautelar, dado que a exploração destas espécies está no seu limite de sustentação. Nesse sentido, defendeu que o futuro do ramo da captura nos Açores deverá basear-se na utilização das artes tradicionais e artesanais, sem enveredar por sistemas de grande capacidade pesqueira. No entanto, reconheceu que os Açores ainda têm potencial de crescimento nas pescarias das espécies de grande profundidade, em especial, na do camarão e na dos pequenos pelágios, valendo a pena apostar nestes novos recursos para o desenvolvimento da economia açoriana. No âmbito das infra-estruturas portuárias e das lotas, importa, na opinião do subsecretário regional das Pescas, continuar com o programa reformador nesta área, melhorando cada vez mais as condições de segurança e trabalho dos profissionais do sector, incrementando, ao mesmo tempo, a qualidade e o valor económico do pescado regional, a fim de se obter um aumento da produtividade. GaCS/CM/JSF
15 de september, 2006 por Lotaçor